Entrevista cedida ao projeto de aprendizagem:
ENCARANDO O BICHO PAPÃO: O PROFESSOR E O DESAFIO DAS TECNOLOGIAS
Entevistada: L.G.
ENCARANDO O BICHO PAPÃO: O PROFESSOR E O DESAFIO DAS TECNOLOGIAS
Entevistada: L.G.
Está entrevista tem por objetivo compartilhar o assunto estudado, buscando refletir sobre o uso das tecnologias e a formação do professor.
Sou professora da rede pública estadual nas disciplinas de história, geografia e filosofia, no ensino médio, sendo que a minha formação é para atuar no ensino de História.
Nossa escola dispõe de laboratório de informática, mas não de pessoal para dar suporte. Estou em fase inicial do uso desta tecnologia e me sinto insegura para levar os alunos até o ambiente, além de não terem computadores para a turma inteira, que em média tem 40 alunos. Por não existir um professor especializado, o local é pouco usado e na maior parte do tempo está fechado.
A sala dos professores não dispõe do equipamento, o que é uma pena, pois a troca e a ajuda dos colegas são de grande valia.
A falta de usar as tecnologias dificulta muitas vezes o sucesso do trabalho proposto em aula. Estamos no momento colocando em prática um pequeno projeto, usando como “pano de fundo” a Copa do Mundo, em uma turma de segundo ano, construindo um painel com características econômicas, sociais, políticas, culturais, ambientais, a fim de perceberem as suas semelhanças e diferenças, através da utilização da internet. Conto com a ajuda do prof. de português e do prof. de Ed. Ambiental. Juntos estamos motivando os alunos a pesquisar.
Para mim, o educador necessita de competências distintas para atuar na educação a distância e presencial.
Na educação a distância, o educador deve ter um grande domínio de informática para poder orientar seus alunos para a utilização de todos os recursos, informações e facilidades oferecidas por esta tecnologia. Além disso, expressar-se muito bem através da escrita, com grande domínio da língua portuguesa.
O educador que atua na educação presencial requer maior afetividade, boa dicção, expressar-se com clareza, pois tem contato mais direto e freqüente com o educando. Mas é claro que o conhecimento de informática se faz necessário no contexto atual.
Minha vivência tem mostrado que as necessidades e a exigências do presente nos fazem mudar. Sou uma professora bastante tradicional e demorei para começar a mexer no computador, como disse anteriormente a necessidade nos faz mudar.
Meu filho foi para o Exterior e para poder falar com ele, tive que criar um email e inclusive um Orkut, com a ajuda da filha. Fui aprendendo e hoje já uso com freqüência, mas ainda sou bastante insegura, pois sou da geração que aprendeu que não se mexe naquilo que não sabe.
Com certeza é uma tecnologia que nos ajuda, mas confesso que fico facilmente “enjoada”, por exemplo, de ver email’s que me enviam, por outro lado, fico encantada com as facilidades que ela oferece para pesquisar diferentes assuntos.O que mais gosto é ficar no MSN, conversando com o meu filho através da web can todos os dias. Não consigo imaginar hoje, como seria ficar um ano sem vê-lo. Neste sentido fico muito feliz por hoje podermos usufruir desta tecnologia, mesmo sabendo que também pode ser usada para o mal, como muitas outras ferramentas que a humanidade desenvolveu.
Fui desafiada recentemente a participar de um curso promovido pela Secretaria da Educação do Estado do RS para professores da rede pública estadual, que compreende encontros presenciais e a distância, no chamado moodle. Inicialmente fiquei apavorada, pensando como eu iria fazer? Seria capaz de aprender? Realizaria as tarefas de forma satisfatória? Estou aprendendo, porém é algo que não me atrai, prefiro a aula “cara a cara”, falar com os colegas e professor, ver suas representações, isto me traz maior satisfação.
Acredito que a formação do professor seja melhor desenvolvida pelo ensino presencial, o educador deve orientar seus alunos a buscar novas possibilidades no processo de ensino-aprendizagem, a fim de qualificar suas aulas. Mas a vontade do aluno em aprender e buscar seu crescimento para se tornar um bom profissional, faz a diferença.
Apesar das maiores facilidades hoje para formação de professores, ainda faltam docentes qualificados para atuarem na educação a distância e presencial, pois não basta ter domínio da área do conhecimento que atua, mas principalmente ter “jogo de cintura” no relacionamento com os alunos.
Olá Gurias!!
ResponderExcluirEste relato que vocês trouxeram desta professora foi de grande valia,pois demonstra muito bem a questão de que algumas escolas não estão preparadas estruturalmente para inserir a todos na sociedade informatizada e também traz a questão de como é difícil para os professores romperem com os métodos tradicionais.