Bem vindos!

Somos alunas de licenciatura na UNISINOS e pretendemos neste blog refletir sobre algumas inquietações à respeito do uso das novas tecnologias. O professor está preparado para estas mudanças? Qual é o discente que temos hoje em sala de aula? Quais propostas de trabalho precisamos gestar? A informática deve ser usada como auxiliar no processo de aprendizagem?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Compartilhando o Projeto...

ENCARANDO O BICHO PAPÃO : O PROFESSOR E O DESAFIO DAS TECNOLOGIAS

A partir do planejamento do nosso projeto de aprendizagem, das pesquisas realizadas e dos processos desenvolvidos, retomamos as nossas certezas provisórias, as nossas dúvidas temporárias, os objetivos e a problemática inicial que gerou o projeto, a fim de discuti-las, buscando sistematizar o conhecimento construído durante o desenvolvimento deste estudo.
Quanto às certezas provisórias, podemos dizer que o mundo está em constante evolução e que o professor necessita de formação para usufruir destas tecnologias, de forma segura e criativa:
A informática, como recurso pedagógico, requer dos professores maior domínio não só dos conteúdos disciplinares, mas também dos processos de construção do conhecimento e de formação do ser social, exigindo, ainda, habilidade para intervir nesses processos e nos aspectos computacionais. (GITAHY; MENIN, apud SARAIVA, 2010, p. 158)

Sobre as dúvidas temporárias, encontramos que falta preparação para o docente trabalhar com as ferramentas digitais, estes sujeitos demonstram preocupação quanto a didática adotada por algumas escolas, que utilizam a informática como “passa-tempo”, acreditam que haja necessidade de desenvolver propostas significativas para se usufruir de forma construtiva destas informações, guiando o processo de ensino-aprendizagem dos discentes para a transformação, tornando cada discente apto a participar com criticidade dos processos da sociedade:

Considerando que as futuras gerações precisarão cada vez mais de uma educação continuada, devido as rápidas transformações sociais e tecnológicas, deve-se realizar esforços para a formação de cidadãos frente a um contexto tão rico e sempre mutante de informações, capazes de serem ativos, críticos e criativos e que utilizem as novas tecnologias de comunicação de forma interativa, colaborativa e cooperativa visando uma sociedade mais humanizada. (TIJIBOY, et all, apud SARAIVA, 2010, p. 160)

Em relação aos nossos objetivos, entendemos que este processo de formação dos profissionais da educação é uma necessidade para atender às exigências do cotidiano de seu exercício profissional, às solicitações dos estudantes e da sociedade em geral. Contudo, para construir conhecimentos sobre ela, e transformar as práticas cotidianas dos professores, requer-se a criação de espaço para o estudo, análise e socialização da formação entre os próprios docentes:
Aqui propomos o conceito de professor-catalizador. [...] Um professor catalizador é aquele que está tão envolvido com o processo de aprendizagem vivido por seus alunos que procurar facilitar e mediar, mas também provoca, instiga o pensamento, “bate a poeira”, incomoda, questiona, problematiza, combate o lugar-comum, incentiva a reflexão e o trabalho construtivo. (SIMÃO NETO, apud SARAIVA, 2010, p. 162)

Com o tempo as diversas situações sociais, políticas e econômicas, rotinizam as práticas docentes, sendo necessário para transformá-las, construir novas relações de espaços, tempos, pessoas e conhecimentos, tanto os do cotidiano como os universalmente sistematizados.
A formação de professores não se limita à academia, sendo um processo permanente, em que o professor vislumbra aprendizagens que melhorem a qualidade do seu exercício profissional.
Acreditamos que a humildade, o saber escutar e a curiosidade, também mencionados por Freire (1996), são saberes indispensáveis aos docentes. A humildade é importante porque sem ela não há como se respeitar os saberes do discente. O saber escutar assume significado, pois se o professor não sabe escutar não tem como conhecer os saberes dos educandos. E a curiosidade é que permitirá e estimulará os docentes a buscarem novas metodologias de trabalho, incluindo a conexão com os fatos contemporâneos, assim como o conhecimento do aluno e dos seus saberes.
Não podemos esquecer-nos de mencionar que a aceitação do novo e a rejeição a qualquer forma de discriminação (FREIRE, 1996) são saberes igualmente necessários aos docentes, pois o educador que discrimina automaticamente rejeita o novo.
O caminho a ser percorrido pela escola é longo e com muitos obstáculos, mas não impossível de ser alcançada a melhoria em suas políticas internas de ensino, com perseverança e entusiasmo, porque as sementes para a inovação foram lançadas, é preciso regar para que brotem saudáveis e bonitas.
Assim, a formação deve ser transformadora da compreensão dos fenômenos educativos, das atitudes do professor e do seu compromisso com a aprendizagem de seus alunos, devendo-se considerar ainda os processos pelos quais os professores se apropriam e constroem seus conhecimentos, suas características pessoais e suas experiências de vida profissional. A flexibilidade das ações de formação que não devem ser sempre organizadas e propostas de uma única forma, mas de acordo com as necessidades de aprendizagem do professor, detectadas através de diagnósticos que apontem um caminho a ser seguido e das características do que se aprende.
Durante o processo de construção desse projeto muitas possibilidades de continuidade e novos questionamentos foram surgindo, os quais são a seguir explicitados:
· O futuro educador em formação necessita das mesmas competências para atuar no ensino presencial e a distância?
· Para a formação do professor é melhor desenvolvida pela educação presencial ou a distância?
· Quais as diferenças, particularidades que cada modalidade apresenta?
· Há docentes preparados para trabalhar na educação presencial e a distância?
REFERÊNCIAS

ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
BEHRENS, Marilda Aparecida. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2005.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CUNHA, Maria Isabel. A Docência como ação complexa. In: RAMANOWSKI, Joana P.; MARTINS, Pura Lúcia Oliver; JUNQUEIRA, Sérgio R. A. (Org.) Conhecimento local e conhecimento universal: pesquisa, didática e ação docente. Curituba: Champagnat, 2004. v.1, p. 31-42.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MARCELO GARCIA, Carlos. Formação de professores: para uma mudança educativa. Porto, Portugal: Porto Editora, 1999.
NÓVOA, António. Os professores e sua formação. Lisboa. Dom Quixote, 1992. Não paginado.
________. O professor pesquisador e reflexivo. Entrevista cedida em 13 de set. 2001 Disponível em:: Acesso em: 22 jan. 2009.
SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as Ciências. Porto, Portugal : Edições Afrontamento, 1987.
SCHLEMMER, E. O Trabalho do Professor e as Novas Tecnologias. Textual, Porto Alegre, v. 1, n. 8, p. 33-42, 2006.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
TRIVINHO, Eugênio & CAZELOTO, Edilson (Organizadores). A cibercultura e seu espelho. ABCiber; Instituto Itaú Cultural, 2009. Disponível em , acessado em 17 de junho de 2010.

VEEN, Wim. Homo zappiens: Educando na era digital. Porto Alegre: Artmed, 2009.

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